Primeira pesquisa realizada na linha de luz do Sirius dedicada à nanotomografia de raios X busca melhor entendimento sobre doença bacteriana que afeta o xilema dos citros
Mogno é a linha de luz do Sirius dedicada à obtenção de imagens tomográficas com resolução que pode variar entre a escala micro e nanométrica.
Usando raios X de alto brilho na faixa de energia de 22, 39 e 67 keV produzidos pelos aceleradores de elétrons do Sirius, a linha Mogno é capaz de caracterizar as estruturas internas de materiais de forma não-invasiva em diferentes escalas espaciais e em tempo real.
Em fevereiro de 2023, as instalações entraram oficialmente em período de comissionamento científico ao receber a professora Tiina Roose e sua equipe da Universidade de South Hampton.
As medidas realizadas na linha Mogno pelos cientistas fazem parte de um estudo voltado à compreensão da doença conhecida no Brasil como amarelinho ou clorose variegada dos citros (CVC), causada pela bactéria Xylella fastidiosa, que coloniza o xilema de espécies vegetais cítricas e adoece o indivíduo. Essa doença atua obstruindo os vasos responsáveis pelo transporte de água e nutrientes a partir da raiz. Por conta disso, as plantas afetadas pela bactéria acabam produzindo frutos significativamente menores e com menor qualidade.
A doença, que surgiu na América do Sul nos anos 80, foi levada para a Europa, onde se espalhou e afeta severamente plantações de oliveiras.
As imagens tomográficas obtidas na linha Mogno ajudarão a pesquisadora a compreender como a estrutura interna do xilema em diferentes espécies resistentes ou suscetíveis afeta a propagação da doença, fornecendo informações essenciais para seu combate.
A linha de luz Mogno é ideal para o estudo de fenômenos tridimensionais. Além de analisar diversos materiais em escalas espaciais que variam de centenas de nanômetros a dezenas de micrômetros, as instalações também permitem submeter as amostras a diferentes condições mecânicas, térmicas ou químicas, acompanhando suas alterações ao longo desse processo.
As medidas realizadas em fevereiro são um importante marco para a linha. A entrada oficial no período de comissionamento científico representa mais um dos muitos passos rumo à sua disponibilização para o recebimento de propostas de pesquisadores de todo o mundo, auxiliando no avanço de diversas áreas da ciência.
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