fbpx
English

Nancy Walker, doutoranda na Universidade de Southampton segurando um porta amostras na linha Mogno

Atualizações do Sirius | 27 de Junho de 2023
Linha de luz Mogno recebe primeiras usuárias externas

Primeira pesquisa realizada na linha de luz do Sirius dedicada à nanotomografia de raios X busca melhor entendimento sobre doença bacteriana que afeta o xilema dos citros

Mogno é a linha de luz do Sirius dedicada à obtenção de imagens tomográficas com resolução que pode variar entre a escala micro e nanométrica. 

Usando raios X de alto brilho na faixa de energia de 22, 39 e 67 keV produzidos pelos aceleradores de elétrons do Sirius, a linha Mogno é capaz de caracterizar as estruturas internas de materiais de forma não-invasiva em diferentes escalas espaciais e em tempo real. 

Em fevereiro de 2023, as instalações entraram oficialmente em período de comissionamento científico ao receber a professora Tiina Roose e sua equipe da Universidade de South Hampton. 

As medidas realizadas na linha Mogno pelos cientistas fazem parte de um estudo voltado à compreensão da doença conhecida no Brasil como amarelinho ou clorose variegada dos citros (CVC), causada pela bactéria Xylella fastidiosa,  que coloniza o xilema de espécies vegetais cítricas e adoece o indivíduo. Essa doença atua obstruindo os vasos responsáveis pelo transporte de água e nutrientes a partir da raiz. Por conta disso, as plantas afetadas pela bactéria acabam produzindo frutos significativamente menores e com menor qualidade. 

A doença, que surgiu na América do Sul nos anos 80, foi levada para a Europa, onde se espalhou e afeta severamente plantações de oliveiras. 

As imagens tomográficas obtidas na linha Mogno ajudarão a pesquisadora a compreender como a estrutura interna do xilema em diferentes espécies resistentes ou suscetíveis afeta a propagação da doença, fornecendo informações essenciais para seu combate. 

A linha de luz Mogno é ideal para o estudo de fenômenos tridimensionais. Além de analisar diversos materiais em escalas espaciais que variam de centenas de nanômetros a dezenas de micrômetros, as instalações também permitem submeter as amostras a diferentes condições mecânicas, térmicas ou químicas, acompanhando suas alterações ao longo desse processo. 

As medidas realizadas em fevereiro são um importante marco para a linha. A entrada oficial no período de comissionamento científico representa mais um dos muitos passos rumo à sua disponibilização para o recebimento de propostas de pesquisadores de todo o mundo, auxiliando no avanço de diversas áreas da ciência. 

MAIS Atualizações do Sirius
Primeiro feixe de luz UV gerada pelo Sirius chega à linha Cedro

A chegada do feixe UV na estação experimental é um importante marco no processo de comissionamento da linha de luz

Novo modo de operação garante mais estabilidade e mais fótons para linhas de luz