Instrumentação científica desenvolvida para o Sirius foi destaque da edição 2024 do evento, realizada na Alemanha
A 15ª edição do SRI, Conferência Internacional sobre Instrumentação para Radiação Síncrotron, foi marcada pela participação expressiva da equipe responsável pelo desenvolvimento da instrumentação científica do Sirius, fonte de luz síncrotron de 4ª geração do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
O evento, realizado em Hamburg (Alemanha) entre 26 e 30 de agosto de 2024, teve a participação de 17 pesquisadores e engenheiros do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), com contribuições marcantes em plenária, apresentações orais e pôsteres. Trata-se da maior delegação já enviada para o SRI, maior e mais importante conferência mundial da área de síncrotron.
“Apresentamos o Sirius pela primeira vez na SRI 2015, e na época tínhamos muito pouco para mostrar”, conta Harry Westfalh Jr, diretor do LNLS. “Nove anos depois, estamos muito orgulhosos. Especialistas da área afirmaram que o Brasil está liderando o caminho em instrumentação científica para uso em síncrotrons de 4ª geração”.
Durante a SRI 2024, o Brasil foi escolhido como sede da próxima edição da conferência, prevista para 2027. A escolha foi feita entre Brasil, Canadá e Coreia do Sul, países que expressaram interesse em sediar o evento internacional.
Realizada há mais de 40 anos, a Conferência Internacional sobre Instrumentação para Radiação Síncrotron (SRI) busca antecipar as mais novas ideias e tendências em instrumentação síncrotron, visando o compartilhamento de conhecimento técnico-científico e o avanço da área como um todo.
Em sua manifestação de interesse, o LNLS/CNPEM destacou a instrumentação avançada já desenvolvida para diversas técnicas experimentais nas 14 primeiras linhas de luz do Sirius e nas novas linhas de luz que estão sendo projetadas para a segunda fase do projeto.
Destacou também as três linhas de luz de bioimagem que estão em desenvolvimento para o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos do CNPEM. Orion compreenderá instalações de alta e máxima contenção biológica (NB4), inéditas na América Latina, e as primeiras do mundo conectadas a uma fonte de luz síncrotron.
O engenheiro do LNLS/CNPEM Renan Geraldes recebeu o prêmio principal por seu poster, que apresentou a câmara de carregamento da nanossonda criogênica da estação experimental Sapoti, na linha de luz Carnaúba, do Sirius.
“Além dos convites para apresentações recebidos pela equipe edição e da escolha do Brasil como próxima sede, a premiação de um trabalho também simboliza e concretiza, de certo modo, o reconhecimento do espaço ocupado pelo Sirius dentro da comunidade síncrotron”, destaca Renan Geraldes.
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) atua na pesquisa científica e no desenvolvimento tecnológico envolvendo a luz síncrotron, com foco na operação e exploração do potencial multidisciplinar do Sirius, a mais avançada infraestrutura científica do País. Com dez estações de pesquisa já operacionais e abertas à comunidade científica e industrial, Sirius permite que milhares de pesquisadores de diversas áreas testem hipóteses sobre os mecanismos microscópicos que resultam nas propriedades dos materiais, naturais ou sintéticos, usados em diferentes campos, tais como saúde, meio ambiente, energia e agricultura. O LNLS faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), uma Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abriga um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País, O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. O CNPEM é responsável pela operação dos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), e também pela Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).
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