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Processo de içamento da nova cavidade de radiofrequência do Sirius. Créditos: Divulgação CNPEM

Atualizações do Sirius | 2 de Agosto de 2024
Sirius recebe cavidade de radiofrequência supercondutora

Componente permitirá o aumento de corrente no Anel de Armazenamento, garantindo maior fluxo de fótons para as linhas de luz

Entre agosto e outubro deste ano, os aceleradores do Sirius passarão por um importante período de manutenção. Durante esses meses, novos componentes serão instalados no anel de armazenamento.  Ao aumentar significativamente o fluxo de fótons para as linhas de luz, as mudanças trarão diversos benefícios para os usuários, como experimentos mais rápidos e maior resolução temporal.

Nova cavidade de radiofrequência

Uma das principais atividades desta parada de máquina é a instalação de uma nova cavidade de radiofrequência supercondutora, que opera em temperaturas criogênicas. “Este sistema avançado permitirá um aumento significativo na corrente do anel de armazenamento, resultando em um incremento proporcional no fluxo das linhas de luz. Atualmente, o Sirius opera com uma corrente limitada a 100 mA. Com a nova cavidade, essa capacidade poderá ser aumentada para até 350 mA, o que representará um crescimento de 3,5 vezes no fluxo de luz síncrotron nas estações experimentais”, explicou Harry Westfahl Jr., diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). 

Este aumento ocorrerá de forma gradual. Após a retomada das operações no segundo semestre de 2024, a corrente será elevada até aproximadamente 200 mA. Para chegar aos 350 mA, novas instalações precisarão ser realizadas ao longo da fase 2 do projeto. 

Além da instalação da nova cavidade, a planta de liquefação de hélio, necessária para resfriar a cavidade supercondutora, será integrada ao sistema. “Esse processo de integração consumirá grande parte do tempo e do esforço durante esta parada, por isso foi necessário concentrar todas essas atividades em um único período prolongado”, acrescentou Westfahl. 

Novos dispositivos de inserção para linhas de luz

Durante a parada, novos dispositivos de inserção serão instalados. As linhas Ema e Sapucaia receberão os novos dispositivos, o que aumentará drasticamente o fluxo de fótons, trazendo diversos benefícios para os experimentos. “Com a instalação desses novos onduladores, o fluxo na linha Ema, por exemplo, aumentará enormemente, permitindo que experimentos que antes levavam uma hora sejam realizados em minutos”, afirmou o diretor. 

Início das instalações dos frontends das linhas do Orion

Outro avanço significativo desta parada é a finalização da instalação dos frontends das linhas Jatobá e Sapê, além do início das instalações dos frontends das linhas de luz ligadas ao Orion: Sibipiruna, Hibisco e Timbó. 

Frontends são os componentes responsáveis por fazer a conexão entre o anel de armazenamento e as linhas de luz, garantindo a proteção radiológica necessária para operação segura, o monitoramento da posição do feixe gerado e controle térmico. “Essas instalações são essenciais para a conclusão da fase 1 do projeto Sirius e para a futura conexão com o laboratório de máxima contenção biológica”, disse Harry Westfahl Jr. “Isso representa um marco importante no nosso cronograma de desenvolvimento.” 

Orion será um complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. O projeto prevê instalações inéditas de máxima contenção biológica (NB4) na América Latina, e as primeiras do mundo conectadas a uma fonte de luz síncrotron, o Sirius. O complexo também contará com espaços NB2 e NB3, laboratórios de pesquisa básica, técnicas analíticas e competências avançadas para imagens biológicas, como microscopias. 

As atividades desenvolvidas ao longo deste período reforçam o compromisso do CNPEM em fornecer uma infraestrutura de ponta para a comunidade científica, promovendo avanços significativos em pesquisa e inovação. “Essas paradas são parte integrante do ciclo de vida de qualquer síncrotron, e paradas mais longas geralmente significam melhorias significativas na performance e capacidade do acelerador. Continuaremos a realizar essas atualizações para garantir que o Sirius permaneça na vanguarda da pesquisa científica.”, conclui Harry.

Sobre o LNLS

O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) atua na pesquisa científica e no desenvolvimento tecnológico envolvendo a luz síncrotron, com foco na operação e exploração do potencial multidisciplinar do Sirius, a mais avançada infraestrutura científica do País. Com dez estações de pesquisa já operacionais e abertas à comunidade científica e industrial, Sirius permite que milhares de pesquisadores de diversas áreas testem hipóteses sobre os mecanismos microscópicos que resultam nas propriedades dos materiais, naturais ou sintéticos, usados em diferentes campos, tais como saúde, meio ambiente, energia e agricultura. O LNLS faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), uma Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 

Sobre o CNPEM

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) compõe um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País, O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. Responsável pela operação dos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), e também pela Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC). 

 

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