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Linha de Luz Sabiá

A linha de luz SABIÁ (Soft x-ray ABsorption spectroscopy and ImAging) opera na faixa de raios X moles utilizando um ondulador elíptico do tipo Delta com controle de polarização e monocromador de grades planas. As principais análises possíveis nesta linha são espectroscopia de absorção de raios X (XAS) e microscopia de fotemissão de elétrons (PEEM). Além disso diversas variações de dicroísmo em absorção de raios X permitirão a investigação de propriedades estruturais e magnéticas com seletividade química. Esse aspecto se beneficia da faixa de energia dos fótons, que corresponde às bordas de absorção $L_2$ e $L_3$ de metais de transição $3d$, como manganês, ferro, cobalto, às bordas $K$ de absorção de elementos leves como carbono, nitrogênio e oxigênio, e às bordas $M_4$ e $M_5$ das terras raras. As mesmas técnicas de dicroísmo podem ser aplicadas com resolução espacial da ordem de dezenas de nanômetros utilizando o microscópio de fotoemissão de elétrons.

Uma particularidade da linha SABIÁ será a estreita colaboração com o Laboratório de Crescimento de Interfaces e Superfícies (LCIS) que dispõe de um sistema versátil de preparação e pré-caracterização de amostras de filmes finos e heteroestruturas. Essas amostras podem ser transferidas em condições de ultra alto vácuo para análise na linha SABIÁ através de câmaras de vácuo portáteis.

CONTATO & EQUIPE

E-mail da Instalação: sabia@lnls.br

Coordenação: Julio C. Cezar
Tel.: +55 19 3512 1292
E-mail: julio.cezar@lnls.br

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LAYOUT & ELEMENTOS ÓTICOS

 

Elemento Tipo Posição [m] Descrição
FONTE Dispositivo de Inserção 0,0 Ondulador DELTA, 52,5 mm de período, 1,2 m de comprimento. Possibilidade de controle da polarização do feixe de raios X (linear ou circular).
FOE Fenda 21,5 Fendas absorvedoras de potência e seleção de tamanho de feixe.
M1 Espelho Toroidal 27,5 Absorvedor da carga térmica principal proveniente do anel. Focaliza feixe do ondulador na fenda de saída.
PGM Monocromador 31,5 Espelho e grade plana com densidade de linha variável. Dispersa verticalmente o feixe em função da energia dos fótons.
ES Fenda de Saída 39,5 Seleciona fótons com energia desejada a partir do feixe dispersado pelo PGM
M2 Espelho Toroidal 43,8 Refocaliza o feixe no braço A (bobina supercondura HFM)
HFM Estação Experimental 55,3 HFM, bobina supercondura, XAS, XMCD, XMLD com controle de campo magnético e temperatura da amostra.
M3 Espelho Toroidal 82,5 Refocaliza o feixe no braço B, microscópio PEEM
PEEM Estação Experimental 86,7 Microscópio de fotoemissão de elétrons. Imageamento químico e magnético de superfícies

PARÂMETROS

Parâmetro Valor Condição
Faixa de energia [eV] 200 – 1600
Resolução de energia [ΔE/E] ~5×10-4
Varredura de Energia Sim
Tamanho do Feixe [μm2] 20 x 80 Magneto
Tamanho do Feixe [μm2] Variável, até 15 x 15 PEEM

TÉCNICAS EXPERIMENTAIS

DICROÍSMO LINEAR NATURAL OU MAGNÉTICO OU RAIOS X (XLD, XMLD)

Variações na estrutura cristalina dos materiais fazem com que a absorção de raios X seja diferente dependendo da orientação entre o campo elétrico do feixe de raios X e os eixos cristalinos da amostra. Esse efeito é conhecido como dicroísmo linear natural (XLD, X-ray linear dichroism) e é uma poderosa fonte de informação sobre variações na estrutura das interfaces e superfícies de filmes finos e multicamadas. Além disso, a absorção da radiação linearmente polarizada pode variar com a magnetização da amostra. Nesse caso estamos tratando de dicroísmo linear magnético (XLMD, X-ray linear magnetic dichroism) e temos informação magnética com sensibilidade química.

DICROÍSMO CIRCULAR MAGNÉTICO DE RAIOS X (XMCD)

Materiais que apresentam um momento magnético não nulo absorvem de forma diferente as duas possíveis helicidades de raios X circularmente polarizados (polarizações circulares à esquerda e direita). Essa diferença é chamada de dicroísmo circular, e quando realizada na borda de absorção os componentes da amostra permite obter as contribuições magnéticas de cada elemento químico de forma independente. Além disso, em muitos casos é possível determinar os componentes de spin e orbital do magnetismo. O sinal de dicroísmo em geral é máximo no pico da borda e absorção de cada elemento. Mantendo a energia fixa nesse ponto do espectro e variando o campo magnético aplicado, é possível obter curvas de histerese magnética para cada elemento na composição da amostra. Esse aspecto é particularmente importante na caracterização de novos imãs permanentes. 

MICROSCOPIA DE EMISSÃO DE FOTOELÉTRONS

A matéria ao interagir com o feixe de raios X emite elétrons. Esse efeito é particularmente importante na região de raios X moles. Utilizando uma coluna similar à de um microscópio eletrônico de transmissão, é possível se obter imagens baseadas nos elétrons emitidos no processo de absorção. Esse é o princípio básico da técnica PEEM (photoemission electron microscopy), que permite obter informações espectroscópicas com resolução espacial de até poucas dezenas de nanômetros. Além disso, os métodos de XMLD e XMCD continuam válidos, e utilizando de forma adequada a polarização do feixe de raios X, é possível obter informação magnética com tal resolução espacial. Essa possibilidade é particularmente interessante no estudo de paredes de domínio magnéticos e sua dinâmica. Além disso, dada a sensibilidade química inerente à absorção de raios X, a técnica é de grande potencial em geociências, estudos ambientais, entre outros, onde é importante localizar as concentrações espaciais dos diversos elementos químicos da amostra.