Em uma fonte de luz síncrotron, as linhas de luz são as estações experimentais onde os materiais são propriamente analisados. Elas são como microscópios complexos que condicionam e focalizam a radiação síncrotron, para que as amostras dos materiais em estudo sejam iluminadas permitindo a observação de seus aspectos microscópicos, como aqueles descritos no programa científico das Divisões de Matéria Heterogênea e Hierárquica, Matéria Mole e Biológica, e Matéria Condensada e Ciência dos Materiais.
De forma geral, as linhas de luz são compostas por quatro elementos principais: (1) fonte de radiação, que pode ser um ondulador ou mesmo um dipolo da rede magnética do acelerador síncrotron; (2) o front-end, que faz a transição segura, monitoramento e condicionamento de diversos aspectos da propagação do feixe de fótons entre o anel de armazenamento e a linha de luz; (3) os elementos óticos responsáveis pela focalização e filtragem da faixa espectral de interesse; (4) as estações experimentais (com sistemas de posicionamento de todos seus detectores e porta-amostras).
Todos esses sistemas são posicionados e controlados remotamente por sistemas mecatrônicos de alta precisão e acondicionados em cabanas de proteção radiológicas servidas com toda infraestrutura de utilidades, controles e sistemas de proteção necessários para realização de experimentos complexos de interação da radiação eletromagnética com a matéria.
As equipes da Divisão de Engenharia das Linhas de Luz são responsáveis pelo projeto, construção e manutenção dos componentes das linhas de luz, do front-end aos componentes opto-mecânicos e infraestrutura das estações experimentais do Sirius, em colaboração com diversas empresas brasileiras, para trazer o estado da arte para a tecnologia de luz síncrotron.